5 filmes LGBTQIA+ para conhecer, se distrair e se deliciar

#Top5 – No mês do orgulho LGBTQIA+, destacamos 5 filmes do catálogo da Cardume para assistir com a cabeça leve

Por Sarah Cafiero

Historicamente, o cinema LGBTQIA+ carrega o peso dos enredos trágicos, reflexo de uma sociedade intolerante que, por muitos anos, promoveu um boicote declarado às narrativas por ela consideradas imorais. Hoje em dia, já é mais fácil encontrarmos filmes que fogem a essa regra, mas ainda assim, a tradição é forte, principalmente entre os filmes comerciais, presos a um formato lucrativo. Cabe, portanto, aos curtas-metragens inovar e abrir espaço para que sejam contadas novas histórias. Histórias com as quais seja possível se identificar de maneira positiva, sem a sombra do futuro trágico iminente. Pensando nisso, separamos 5 filmes LGBTQIA+ do catálogo da Cardume, entre documentários e ficções, para você conhecer, se distrair e se deliciar com suas histórias.

5. Bailão (Marcelo Caetano, 2009)


Protagonizado por homens gays idosos, o documentário Bailão se dedica a retomar suas memórias da juventude. Os personagens falam de temas como a solidão e o sentimento de inadequação à sociedade. Resgatam a memória de amigos perdidos para a AIDS e comentam como a doença foi tratada e entendida como uma punição para o comportamento sexual “inadequado”. O mais importante, porém, é que o filme destaca personagens frequentemente esquecidos. Num meio que, aos 40 anos já se é considerado velho demais, Bailão dá voz aos gays com mais de 60 para mostrar que eles existem e exercem o direito de viver suas sexualidades.

4. à beira do planeta mainha soprou a gente (Bruna Barros e Bruna Castro, 2020)

O documentário à beira do planeta mainha soprou a gente é um filme-poema. Realizado por Bruna Barros e Bruna Castro, o curta nos convida à intimidade das duas, individualmente e como casal. Conduzida por depoimentos, imagens de arquivos e versos que evocam lembranças, a narrativa perpassa o momento político do país, atrelado à vida pessoal de cada uma das realizadoras. O filme expõe, principalmente, a relação das realizadoras com suas mães, tanto a relação real, quanto uma relação imaginária, ideal, livre de barreiras culturais e preconceitos.

3. Par Perfeito (Débora Herling, 2018)

Enquanto Bailão trata de personagens idosos, Par Perfeito traz a adolescência para o foco da história. Narrado por um par de tênis, o curta infantojuvenil acompanha o amadurecimento da protagonista Antônia ao precisar se desfazer do par de tênis preferidos, em meio a desentendimentos com a mãe e às lidas com o primeiro amor. Par perfeito inova num gênero em que impera um bombardeio de referências heteronormativas que tornam muito mais complexo para qualquer criança o processo de se entender como LGBTQIA+. Para Antônia, amar Amanda é simples. Seus conflitos perpassam outras questões: as questões típicas de qualquer adolescente.

2. Jéssika (Galba Gogóia, 2018)

Após a morte do pai, Jéssika, travesti, volta à casa da mãe, em sua cidade natal. Depois de anos afastadas, mãe e filha entram num dolorido processo de reconhecimento ao confrontarem suas posturas opostas diante de situações sofridas no passado. O processo acaba por se mostrar gratificante, quando fica claro que, sem a presença do homem que a violentou e a negou como filha, Jéssika, pode, finalmente, encontrar naquela casa um lar.

1. MC Jess (Carla Villa-Lobos, 2018)

MC Jess, conta a história de Jéssica, poeta lésbica que usa de suas rimas para vender eletrônicos no metrô. Acompanhamos a rotina da personagem e seu processo de conquistar confiança para se apresentar num slam, espaço onde ela se posiciona por meio de versos e maneja a voz como instrumento para tratar de suas vivências, batalhas e paixões. No vídeo abaixo, você confere o debate, em que as realizadoras comentam a construção do filme a partir de referências que não reproduzem o olhar masculino que sexualiza e objetifica mulheres a partir da fotografia.

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